sexta-feira, 23 de maio de 2014

Sabem o que é poder decidir sobre o que fazer? No hoje, no futuro. Na viagem que tanto queria fazer. Queria correr. E saltar. Entrar num avião ou simplesmente ir ao supermercado sozinha. Queria conduzir. Queria ter as oportunidades que  muitos tem garantidas. Porque são normais. Porque não tem um tumor de dimensões gigantes a rebentar na cabeça.
Pensando melhor e para ser justa, deixam-me decidir uma ou outra coisa. Coisas que não deviam de existir como decidir se quero ou não ser operada. Não é só decidir arriscar fazer uma nova cirurgia. É também ter medo do após. Como irei ficar se arriscar sabendo eu dos riscos das minhas operações? Tudo o que posso decidir são coisas e actos difíceis de fazer. Pior, de viver. Sobreviver.

A minha mãe diz sempre ''ela estava tão feliz quando fez a tatuagem!''. Pudera, foi uma coisa que eu queria fazer. Muito e por vontade própria. E nessa altura, eu estava doente mas tão, tão feliz! Fui eu que decidi! Eu! Não os meus médicos.

Também decidi ir voar de balão de ar quente, irradiava felicidade embora só a minha mãe a visse. Gostei tanto que voltei mais 2 vezes, Se me acontecesse alguma coisa, eu não podia estar mais feliz. Realizada.

Mas eu quero decidir mais. Quero. Desejo isso com todas as minhas forças.



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