sábado, 26 de março de 2011

Dos internamentos

Os dias passam à velocidade de um caracol lá dentro.
Podia falar das paredes, que são brancas, mas pretas.
Podia falar da minha mini  coleção  de pijamas, que para fazer contraste com as paredes têm muitaaaaaaaa cor. Ali é preciso boas energias e não visualizar cores deprimentes.
Podia falar das condições (que comparando ao outros países são de luxo), da comida, das auxiliares, médicos ou enfermeiros.
Podia até escrever sobre aqueles exames que se tem de fazer, todos os santos dias!
Podia falar do lado mau, mas também existe o lado bom: criar amizades com pessoas  que também estão a sofrer. Essas amizades podem durar uns dias, normalmente vão crescendo com o tempo.

Mas vim falar das visitas (familiares e amigos).
Quando eu sou internada, aviso quem me pede para o fazer e também aviso as pessoas que mais gosto. Mas deixo sempre uma nota: NÃO quero que me visitem no hospital. Eu sei que a intenção era a melhor, mas ao dizer-lhes isto, estou a protege-los e não a afasta-los. É esta a razão: por muito que me acompanhem, de longe ou de perto, eu sei que para quem não está habituado a ver sangue, todos aqueles fios e maquinetas é horrivel e podem mesmo sentir-se mal! Não foi por acaso que a minha única visita num internamento foi uma enfermeira que me segue há muitos anos.


(post agendado)

1 comentário:

  1. Compreendo-te. Para quem é mais sensível a ver sangue ou até certo tipo de tratamentos, as visitas ao hospital podem custar um pouco.

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