Era inevitável, eu sei

Fazer comparações, nesta altura da minha vida. Comparações com pessoas que conheci por mero acaso, que aproximaram-se de mim por conhecer este e aquele. Não gosto que me comparem a essa pessoa. Quem o faz só mostra que não me conhece. Quem me conhece sabe (sem eu ter de dizer uma palavra) que não procuro ter fama com o lançamento do meu livro. Nem 5, nem 10, nem 15 minutos!
Sim, terei e darei várias entrevistas, mas porque está no meu contrato e porque só dou a cara por uma realidade que existe, que muitos vivem na ignorância por esta terem doença e não sabem disso, porque ás vezes (e como foi o meu caso) é mal diagnosticada por aqueles que tem obrigação de salvar vidas, pelo menos tentar salva-las. Ao contrário da pessoa com que me teimam em comparar, não sou seguida fora do País. Eu que perdi a confiança nos médicos portugueses, por um (pseudo) médico ter dito SEMPRE que o meu mal era paixão, tive de voltar a confiar neles, porque não tenho possibilidades, nem de ir para o estrangeiro, nem para os hospitais privados. Sim, sim, sou seguida num público. E se num (para mim o melhor hospital do Mundo – Dona Estefânia) sou tratada como uma pessoa, noutro hospital de adultos sou tratada como lixo, como um ser invisível. Portanto, resumindo: eu só dou a cara por algo que afecta muitos portugueses. Porque nem sempre encontramos pessoas dispostas a falar da verdade. Aquela que é vivida na primeira pessoa. Que dói, que magoa, massacra e nos atira ao fundo do poço. Porque para mim, as frases feitas e bonitas só servem para nos iludir. A realidade é outra e negra.