Independentemente das doenças que possa ter, dos exames que são necessários fazer, das consequências com que terei de enfrentar, das montanhas que terei de subir, das lágrimas que teimam não cair, vão existir momentos menos bons porque apesar de ser diferente, sou real.
Vão existir dias em que a necessidade de deixar cair a minha armadura vai ser maior que a profundeza da minha doença.
Vou ficar triste porque quero dar mais de mim.
Vou ficar revoltada porque tenho uma doença em mim. Vou ficar zangada por ter de pensar ( demasiado) antes de agir porque a minha vida tem de ser programada.
Vou ficar desolada por ter de ficar fechada, entre 4 paredes, se o Sol está à minha espera lá fora e eu só posso sair quando a Lua brilha no céu escuro.
Vou ficar irritada quando, mesmo sem querer, me recordam que estou depende de terceiros e que é um risco ousar fazer o que devia ser feito de forma tão natural como a chuva cair do céu.
Vou ficar amuada se me contam (com plena noção disso) planos de vida e de sonhos. 
Se me apanham num dia menos bom, correm um sério risco de fazer questão de relembrar quem devia ser grato/a e não é porque na sua vida é algo garantido.